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O que você precisa saber antes de fazer um EXPOSED!

Nos últimos anos, testemunhamos um aumento significativo nas exposições online de vítimas, um fenômeno que tem redefinido os padrões de justiça e responsabilidade na era digital. Com a ascensão das redes sociais e a democratização das plataformas de mídia, mulheres que foram vítimas de abusos, assédio, ou injustiças agora têm a capacidade de compartilhar suas histórias diretamente com o mundo, em tempo real e sem filtros.





Essas exposições online têm o potencial de catalisar mudanças sociais, desencadeando debates importantes sobre questões como consentimento, violência, e poder. No entanto, também levantam questões complexas sobre ética, privacidade e justiça. Enquanto algumas vítimas encontram empoderamento e validação ao compartilhar suas experiências publicamente, outras enfrentam repercussões negativas, incluindo ataques online, revitimização, e até mesmo consequências legais.


Um dos maiores desafios associados às exposições online de vítimas é a falta de controle sobre como suas histórias são recebidas e interpretadas pelo público. O contexto digital muitas vezes amplifica e distorce narrativas, deixando as vítimas vulneráveis à desinformação, julgamentos precipitados e reações polarizadas. Além disso, a exposição online pode criar um ciclo vicioso de exposição contínua, onde a narrativa da vítima é explorada e instrumentalizada para ganhos pessoais ou políticos por terceiros.


Ao mesmo tempo, não se pode negar o papel crucial que as exposições online de vítimas desempenham na promoção da conscientização e na mobilização de apoio. Muitas vezes, essas histórias corajosas desencadeiam investigações, processos judiciais e reformas institucionais que podem levar à prestação de contas e à mudança sistêmica. No entanto, é fundamental reconhecer que a exposição online não é a única forma válida de buscar justiça e que as vítimas têm o direito de escolher como, quando e onde compartilhar suas histórias.


As exposições online de vítimas são um reflexo da interseção complexa entre tecnologia, poder e trauma. Embora ofereçam um canal importante para dar voz aos marginalizados e desfavorecidos, também destacam a necessidade urgente de abordar questões mais amplas relacionadas à cultura do cancelamento, à responsabilidade das plataformas de mídia social e à proteção dos direitos individuais no espaço digital. Somente abordando essas questões de maneira responsável podemos criar um ambiente online mais seguro, justo e inclusivo para todos.


E, para isso, é importante seguir algumas dicas antes de publicar o seu relato nas redes.


  1. REÚNA O MÁXIMO DE PROVAS


Antes de contar o que aconteceu com você, procure reunir o máximo de provas que possam embasar a sua história. Sabemos que a produção de provas em certos contextos é complexa e, às vezes, impossível. Mas, procurar ajuda profissional de médicas, psicólogas, assistentes sociais, podem te ajudar a ter um documento ou laudo que ateste as consequências do caso na sua vida pessoal. Testemunhas também são de grande importância.


2. NÃO IDENTIFIQUE O AGRESSOR


Sabemos que o Poder Judiciário muitas vezes não dá conta de responsabilizar o agressor por suas ações e a vontade é de expor amplamente o que aconteceu. Em algumas situações, a identificação é possível, mas de uma forma geral, evite falar sobre a pessoa, ainda que indiretamente. A possível identificação pública do agressor pode desencadear um processo de indenização por danos morais e até mesmo um processo por crimes contra a honra (calúnia, injúria ou difamação).


3. FOQUE NO QUE VOCÊ VIVEU


Os impactos e consequências que a situação teve na sua vida devem ser o foco do seu exposed. A sua intenção com o relato devem se ater a criar identificação com outras vítimas, a incentivá-las a denunciar e a poder contar a sua história pelo seu ponto de vista. Se em algum momento o foco for sobre o agressor, você pode abrir espaço para um processo judicial.


4. BUSQUE UMA AJUDA ESPECIALIZADA


Uma advogada com perspectiva de gênero pode te ajudar a escrever um relato que te proteja de possíveis retaliações no âmbito jurídico. Psicólogas, terapeutas, médicas e assistentes sociais também podem te dar o apoio necessário para lidar com a situação, com o trauma e trabalhar os impactos na sua vida.


Precisamos ser conscientes da sociedade em que vivemos e do sistema que rege as nossas relações e ações. Em um ambiente sexista, as ações praticadas por mulheres tem diferentes repercussões e muito menos aceitação. Existe um sistema jurídico que nos regula e ao mesmo tempo nos oprime. A internet não é terra sem lei e as consequências podem ser mais duras para nós.


Procure pessoas estratégicas que podem te ajudar a falar e garantir os seus direitos! Não se cale!

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